Postais da Crise - III (Molhes)

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A Ericeira é linda. Ponto final. É pitoresca. É viva da costa. Era assim, naturalmente acidentada, arenosa, rochosa, construída de mansinho. Pintaram-na, cantaram-na, enamoraram-se dela. Há uns tempos, têm vindo a aboneca-la, coitada, como se precisasse de adereços. A acrescentar-lhe modernidade, mais casas, mais arrebiques. Hoje, na muralha, pode olhar-se apenas o ângulo das duas primeiras fotos. E desviar o olhar do ângulo da terceira. É que lhe construíram um molhe que se desfez e dificulta a entrada e saída dos barcos. E entristece quem percebe da lida da pesca. Mais adiante, continua a ser divertido assistir à força do mar contra as rochas. Maria João