Sunday, November 8, 2009

Um sorriso pendurado nas orelhas


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Era sempre assim.
Os interrogatórios, os relatórios, os olhitos assustados e os sons impacientes de quem aguarda a decisão.
Era sempre assim, o rosto sério e a voz calma. Muita pergunta para ir ao encontro do que já sabia que encontraria.
Maria quantos anos tens?
João, queres ficar com quem?
Dores de alma de pais e mães, e a decisão à espera de ser dada e entregue, a quem melhor a tratasse.
Ana, queres ir para a escola?
Rita, o pai é teu amigo. Não?
Muitas vezes havia desenhos, palhaços, e colos com joelhos escondidos em roupas escuras que desapareciam ao fim de uma ou duas gargalhadas.
Lembrava-se de um dia uma pequenita lhe ter pespegado um beijo, depois de uma máscara recortada e colocada em frente ao rosto para falar escondida atrás dela. Uma cara de sorriso até às orelhas que foi desfiando momentos sem sorrisos.


E no fim, depois de tudo visto cumpria decidir e, algumas vezes, olhando abraços e beijos de quem ficava feliz com a decisão, dava consigo com um sorriso enorme,……………. pendurado nas orelhas.
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ACCB


Cleópatra, aqui e no Cleopatra Moon

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