Monday, March 2, 2009

Postais da Crise - Território























Peru - África do Sul - Angola
[All photographs © by M. João: all rights reserved]
 

Que doce é o território do meu país, cantaram há dias a Aretha, o Josh e a Heather. Qualquer um se sentiria comovido com a letra desta afeição - do Árctico ao Antárctico, dos Andes ao Sahara. Um sentimento de apego às origens geológicas e humanas, transversal aos habitantes da Terra.


My country, 'tis of thee,
Sweet land of liberty,
Of thee I sing;
Land where my fathers died,
Land of the pilgrims' pride,
From every mountainside
Let freedom ring! *


Recentemente, deparando-me com gigantes em África, animais truculentos, arranha-céus iguais aos dos quatro cantos do mundo, muceques miseráveis e crises inomináveis, só me apetecia entoar ‘Let freedom ring!’. Quaisquer que tenham sido as causas e as consequências do orgulho ferido de colonos e colonizadores, aí estava, grandiosa, aquela magnífica porção de terra sobre a Terra:


O território-solo e as suas exuberâncias minerais, vegetais e animais.
O território-palco, cenário das mais deslumbrantes alvoradas e dos mais sinistros ocasos.
O território-viagem, pisado em séculos de aventura e subsistência e espezinhado, em poucos anos, em guerras devastadoras.
E o território-vida, pão, suor e lágrimas.

Maria João


* My Country, 'Tis of Thee

1 comment:

mje said...

As Áfricas, como as Américas, são vastíssimas.
Conhecê-las 'a peito' é apenas para os que lá nasceram ou para exploradores.
Mas Marrocos serve bem para uma aproximação. Já é suficientemente 'um outro lugar' para os europeus. Também fiquei abismada com Marrocos.
O resto, aquele mundão que é África e os seus acontecimentos, pertence só a quem se souber 'arranjar' com as suas complexidades.