Alguns ângulos do corpo intrigam-me mais do que outros: Os que evidenciam os requebros das dobradiças e as engrenagens das tenazes. Tudo o mais são flancos contínuos e mais ou menos musculados. Mas, da candura de uns dedos de nascituro ao molde de um cotovelo viril, quanta ginástica produz um adulto. Quanto equilíbrio foi conquistado nuns joelhos tensos sobre uns calcanhares levantados. Que respeitáveis as hesitações dos passos, nos primeiros e nos últimos anos. Que fatais as certezas do andar que precipitam a existência. Mas que dizer, então, dos ângulos essenciais que descobrem formas de fazer vida? Gosto deles, mas não mais do que dos outros. Porque nunca são tão aperfeiçoados, nem tão intrigantes. E são tão caluniados, que até me fazem pena: **** pr’aqui, ******* pr’ali, ****-** pr’acolá… Maria João |
2 comments:
está o máximo, Maria João!
Olá Julia :) estes são os meus ângulos preferidos. Serão também os seus?
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